Antes divagar sobre a correspondência entre Universidades e Mercados de trabalho, primeiramente deve-se identificar profissões com tendência de crescimento e quais as demandas do mercado. Em um mundo cada vez mais competitivo é compreensível que um jovem de 17 anos se preocupe acerca de qual decisão tomar quando se trata de escolher o curso universitário.
Outro questionamento que surge constantemente é se o ensino capacita o jovem para trabalhar após a finalização do curso. A resposta é: sim e não. Universidades públicas tendem a ter um ensino voltado à pesquisa e as privadas ao mercado. Não é uma lei universal mas é o que costuma acontecer.
Cursos técnicos e profissionalizantes também têm uma taxa de empregabilidade relativamente alta, seja pela grande carga de atividades práticas ou pelo salário que pode ser menor que de um graduado na mesma área.
“As universidades são mais lentas que as demandas do mercado”. Essa afirmação também tem sentido, pois enquanto novas tecnologias são criadas a todo tempo e já inseridas no mundo corporativo, nas instituições de ensino isso precisa ser analisado, investigado, discutido para só depois ser ensinado. Há uma metodologia e isso demanda tempo, coisa que as empresas não têm, pois a competitividade exige pressa.
Um exemplo disso seria as lawtechs e legaltechs que implementam tecnologia voltada ao jurídico, enquantos os cursos de Direito ainda continuam debruçados sobre livros antigos que pouco informam acerca de empreendedorismo, inovação e tecnologia, assuntos tão cobrados e em evidência, resultando em profissionais que com pouca intimidade com essas tecnologias.
Seria fácil afirmar que as universidades não preparam o aluno para o mercado, mas ao mesmo tempo soaria simplista. Em países sul americanos, especificamente no Brasil, a pesquisa e o ensino têm pouco investimento e parecem não ser prioridade. Por isso exportamos commodities importamos tecnologia, esse modo de operação acaba refletindo em todo um modelo de sociedade.
O conselho é que o jovem pesquise bem o que vai querer para o futuro, analisando tendências de mercado e qual instituição de ensino oferecerá a melhor oportunidade, porém, vale a pena lembrar que em um sistema totalmente desigual poucos terão o privilégio de escolher o que farão profissionalmente e, além disso, incentivar grandes companhias a patrocinar unidades e cursos que possam capacitar futuros profissionais pode ser uma boa opção.